Desde meados do século XIX, os escritores revelaram uma pronunciada tendência à autocrítica. A obra literária tornou-se uma reflexão acerca da literatura em geral e de si própria, contendo ao mesmo tempo a linguageme sua metalinguagem. Essa crítica interna entrou em concorrência com a crítica externa, praticada pelos críticos literários. Surgiu assim um novo tipo de texto, em que se fundem as características do discurso crítico com o discurso poético. É o caso dos críticos-escritores aqui examinados: Maurice Blanchot, Roland Barthes e Michel Butor. A teorização desse novo tipo de texto corresponde àquilo que recebeu, posteriormente, a designação de pós-estruturalismo. As questões que então se colocam são as do esvaecimento do sujeito, da renúncia ao significado original e verdadeiro, da intertextualidade generalizada.