Obra de um dos mais festejados escritores ingleses contemporâneos, este romance alia a mais fina ironia a uma visão compassiva da alma humana. A ação se passa num único dia: uma segunda-feira em que Victor Phillips, contador de meia-idade, sai de casa com destino à firma em que trabalha há anos. Mas desta vez o dia será diferente: Phillips fora despedido na semana anterior, fato ainda desconhecido da família. A jornada de Phillips não segue nenhum roteiro: ele entra num trem, desce por impulso, caminha por ruas desconhecidas, ouve fragmentos de conversas, ensaia diálogos com quem o aborda, toma novo ônibus ao acaso. É movido por desejos súbitos, velhas lembranças, pensamentos que se encadeiam aleatoriamente. A cidade que se descortina à sua frente parece-lhe caótica e surpreendente, assim como os pensamentos que o invadem: quantos dos homens que já navegaram pelo Tâmisa experimentaram práticas sexuais pouco ortodoxas? Quantas pessoas precisam fazer sexo dezenas de vezes ao dia para que o país alcance uma razoável freqüência média? Enquanto mergulha em suas questões, Phillips passa por parques, galerias, sex-shops, cinemas. A grande pergunta, porém, é a que ressoa ao final do dia e do livro, desafiando igualmente personagem e leitor: quanto podemos efetivamente conhecer de nossa realidade, de nós mesmos e de nossos desejos?