O segundo volume é composto apenas por três capítulos, mas que abrangem um amplo arco de tempo. "O Trezentos" inicia-se com Giotto e uma avaliação de sua obra. É ainda tratada a produção de Simone Martini e de Pietro e Ambrogio Lorenzetti, além da pintura florentina e da cultura artística de Siena no século XIV. Em síntese, interessa ao autor nesse aqui demonstrar como ocorreu a difusão do estilo de Giotto pela Itália e como esse fenômeno esteve ligado à constituição de uma cultura citadina. Em seguida, aborda o denominado "Gótico internacional", movimento caracterizado por uma uniformidade dos conteúdos e das formas, que se propagou na Europa nos últimos decênios do Trezentos e nos primeiros do Quatrocentos e que refletia as aspirações burguesas, não mais se restringindo à arquitetura religiosa ou civil dos grandes edifícios representativos. O terceiro capítulo trata da arte do Quatrocentos, que instaurou uma nova concepção do fazer artístico: a arte deixa de ser uma atividade manual ou mechanica, ainda que de alto nível, e torna-se intelectual ou liberalis". Essa transformação é inicialmente discutida por Argan tendo em vista as obras de Filippo Brunelleschi, arquiteto, Donatello, escultor, e de Masaccio, pintor. O texto detém-se também na pintura flamenga, sienense e florentina, sem esquecer de mencionar os desenvolvimentos na arquitetura e na escultura. Por fim, estuda a figura maior de Leonardo da Vinci, "o primeiro a conduzir pesquisas científicas com finalidade e metodologia específicas", e "também o primeiro a separar a arte da ciência, pela própria e específica finalidade e metodologia". Incluem-se no volume as seguintes leituras críticas: "A condição dos pintores em Florença no Trezentos", de Frederick Antal; "A perspectiva como forma simbólica", de Erwin Panofsky; "Dedicatória a Filippo Brunelleschi", do tratado De Pictura, de Leon Battista Alberti; "Arte e Humanismo", de André Chastel, e "A igreja de planta central no Renascimento", de Rudolf Wittkower.