Se o século XXI deverá ser o século da China, talvez não seja mau termos um vislumbre daquilo que fez a especificidade da cultura chinesa, a cultura mais antiga das culturas existentes nos nossos dias. Existirá uma sabedoria chinesa a não ser através de um eufemismo que esconde uma certa atrofia da racionalidade científica e técnica? Que os chineses tenham inventado a pólvora - para os foguetes e o fogo de artifício -, não será pouco? No entanto, Leibniz via nos hexagramas do Cânon das Mutações uma presciência da aritmética binária, o que sem dúvida confirma hoje a extraordinária aptidão dos chineses para dominarem todas as disciplinas de informática. O milagre do pensamento grego só deu os seus frutos depois do Renascimento. O pensamento chinês, durante um tempo ultrapassado pelo pensamento ocidental, depois abafado pelo maoísmo, talvez ainda não tenha dito a sua última palavra.