Nos anos 1950, Lacan falava de um inconsciente que era um discurso contínuo, e tal formulação não dizia respeito a um tempo que se prolonga, mas já se anunciava como uma antecipação do que viria a ser nomeado, posteriormente, como o real. À ideia de contínuo ele nos acrescenta suas elaborações sobre o simbólico, naquele momento tomado como infinito e rasgado – atravessado – pelo imaginário, interseção que resulta na constituição de um campo de realidade. A partir do Seminário 2, O eu na teoria de Freud e na técnica da psicanálise – tomando como inspiração o Além do princípio do prazer, texto fundamental de Freud –, Lacan estabelece um grafo, o Esquema L: uma topologia, como ele já nomeava, que vai percorrer seu ensino nos anos seguintes.