Apaixonado por Maria Joaquina Dorotéia de Seixas Brandão, imortalizada como Marília de Dirceu, Tomás Antônio Gonzaga escreve suas liras. Envolvido na Inconfidência, 1789, é preso e não se casa com Maria Joaquina. O pastor Dirceu, sujeito lírico de Gonzaga, canta seu amor pela pastora Marília, mesclando características do arcadismo a uma emoção pré-romântica.Ainda que extremamente elaboradas, denotando o virtuosismo do poeta, essas liras parecem brotar espontaneamente dos mais calorosos recônditos da alma, e é esta harmonia entre a técnica e a emoção que fazem de Gonzaga o grande poeta que os leitores de hoje aprenderam a amar. De resto, soube ser original, dando um passo à frente da poesia de seu tempo - entre os cenários pastoris sem nome e sem história, próprios do Arcadismo, ele introduziu a cor local e retalhos da amarga história da colônia - a Vila Rica dos anos da 'derrama' e da malfadada Conjuração Mineira. Sobre o autor: GONZAGA, TOMAS ANTONIO Nascido no Porto, Portugal, vem para o Brasil aos oito anos de idade. Volta para Portugal e forma-se em Direito, na Universidade de Coimbra. Em 1782, no Brasil, conhece Maria Joaquina Dorotéia de Seixas Brandão, imortalizada com o pseudônimo Marília de Dirceu em sua obra lírica. Participa de reuniões para a revolta de Minas, e, por conta de seu envolvimento, embora pequeno, no evento, é preso como inconfidente e exilado, em 1795, em Moçambique, onde morre em 1810. Sua obra é dividida em poesia, 'Liras' (duas partes, 1792 e 1799); 'Cartas chilenas' (1845), 'Tratado de Direito Natural (1942).