Quem manteve Arlt vigente e o salvou do esquecimento foram os leitores. Foi lido sempre e se lê hoje e, há cinquenta anos, é um escritor atual. Os romances de Arlt parecem alimentar-se do presente, quero dizer, de nossa atualidade. Se há um escritor profético na Argentina, esse é Arlt. Não trabalha com elementos conjunturais, e sim com as leis de funcionamento da sociedade. Arlt parte de certos núcleos básicos, como as relações entre poder e ficção, entre dinheiro e loucura, entre verdade e complô, e os converte em forma e estratégia narrativa, converte-os no fundamento da ficção.