Logo após a invenção da câmara cinematográfica, em 1895, pesquisadores europeus começaram a usar esse novo instrumento para documentar as práticas culturais das populações estudadas. Desde então, o cinema tem sido amplamente utilizado como eficaz instrumento em antropologia. Este livro - que aborda esse fenômeno - é dividido em dois volumes: o primeiro apresenta pesquisas no amplo campo teórico-metodológico que articula família & imagens, focalizando situações sociais específicas na interseção com as questões de família. Como se verá, a introdução das abordagens imagéticas nos estudos de família abriu novas possibilidades de compreensão da dinâmica familiar, permitindo espaços fecundos de reflexão. O segundo volume é resultado da série Cinema e Antropologia: os bastidores do filme etnográfico, exibida no Canal Universitário/UTV-RJ, na qual cada programa incluía a exibição de um filme e uma entrevista com o realizador. No livro são reproduzidas as entrevistas seguidas de uma resenha crítica de cada obra cinematográfica. O reconhecimento da riqueza etnográfica contida nas imagens em movimento abriu espaço para a reflexão e a proposição de uma metodologia específica para o seu uso nas Ciências Humanas. Nessa abordagem, também chamada de antropologia participante, o pesquisador se deixa levar pelas ações dos sujeitos observados, preservando, no entanto, seu objetivo primeiro: a compreensão das representações e práticas sociais do grupo investigado.