Em 'Malandros', Luiz Noronha viaja pelas histórias do mais conhecido arquétipo carioca. Percorre os caminhos de personagens que só poderiam ter surgido em uma cidade em ebulição cultural, política e social, como o Rio de Janeiro na virada do século XIX para o XX, desde sempre marcada pela exclusão. Como ponto de partida, o autor escolheu a entrevista de Madame Satã ao Pasquim, realizada em 1971. Após anos de esquecimento e prisões, o lendário malandro travestido da Lapa volta para reacender o mito do malandro carioca e trazer à tona episódios que marcaram o submundo violento da cidade no início do século XX. A entrevista serve para apresentar ao leitor um pedaço da vida cruel daqueles que viviam à margem da metrópole que nascia. Para que o leitor compreenda a formação do mito do malandro, Noronha traça um panorama histórico que vai desde os primeiros anos do século passado até o Estado Novo de Getúlio, lembrando as transformações produzidas pela modernização da cidade, pela transição da economia escravista para a capitalista.