O combate às desigualdades sociais justifica a existência de diferentes formas de se estudar o Brasil. Para tanto é indispensável enxergá-lo sob distintas escalas geográficas, o que requer a colaboração de muitos e o exercício da interdisciplinaridade paciente. A tarefa é desafiadora, porque sempre fomos mundializados, mas também repletos de grotões, fronteiras, lugares ermos e distantes, nos quais a urbanização do século XX lançou as luzes da modernidade. Foi assim que os grandes espaços geoeconômicos que delineiam os vários Brasis tornaram-se meta-regiões vertebradas por redes urbanas. Por essas redes fluem a socioeconomia, a diversidade ambiental, a pluralidade cultural e as segmentações sistêmicas promotoras de pobreza e exclusão. Nesse grande País, antigos e novos processos socioespaciais podem ser reconhecidos nas gentes que nascem, permanecem ou erram pelas cidades em busca de trabalho e melhores condições de vida.