Responde a um desafio importante, imposto pelo processo da globalização: a necessidade de abrir espaço para o diálogo entre as diferentes culturas. Um diálogo que nos deve levar não apenas às questões de caráter antropológico e cultural, mas também ao passado, à maneira de ler a história, comumente construída em torno de visões nacionalistas, onde o incomensurável e o incomparável tornam-se perigos mortais. Partindo do pressuposto que os historiadores são avessos ao uso da comparação, Detienne demonstra o quanto esse método, comum na área da antropologia, possa ser fecundo na construção da ciência histórica, para que esta possa fugir do fechamento perigoso das leituras nacionais.