O erudito e sensível trabalho de Cristina De Maglie cosmopolita desde a sua formação, escrito sui confini, aproveitando a experiência recolhida não só no rico manancial europeu (alemão, francês, espanhol, inglês e, naturalmente, italiano), mas também na atenta literatura estadunidense existente sobre o tema é uma resposta importantíssima e incontornável para o legislador, para o juiz, para o administrador público e para o professor realmente preocupados em resolver semelhante problema de maneira aberta, ponderada e não preconceituosa. Analisando o tema em seus aspectos materiais e processuais, inclusive propondo a construção da figura da perícia antropológica como parte integrante do direito ao processo justo para aferição da existência de crimes culturalmente motivados, Cristina oferece-nos um rigoroso exemplo de trabalho acadêmico é, ao mesmo tempo, um trabalho extremamente rico do ponto de vista teórico, com uma profunda pesquisa bibliográfica, e não menos rico do ponto de vista prático, na medida em que expressamente endereça ao legislador critérios para bem disciplinar o seu objeto de pesquisa. Mostra-nos, portanto, como a vida universitária deve servir não só como repositório da alta cultura, mas também como uma viva e efetiva propulsora da reforma da sociedade. (Do Prefácio Daniel Mitidiero).