Vinte anos depois da derrota da Itália na Albânia durante a Segunda Guerra Mundial, um general italiano é encarregado de recuperar os restos mortais de seus compatriotas deixados no local. É o mote para o renomado escritor albanês Ismail Kadaré, indicado diversas vezes ao Nobel de Literatura, conduzir uma reflexão profunda e mordaz sobre as conseqüências da guerra. Apesar de munido de mapas, registros, listas e medidas para ajudar na localização das ossadas, os infortúnios do general italiano se acumulam. À medida que vê sua missão cada vez mais dificultada pelas intempéries e pelo persistente ressentimento da população albanesa, ele se depara com a sombria realidade da guerra e com a futilidade de sua missão. Publicado originalmente em 1970 e inédito no Brasil, o livro representou uma renovação do gênero do romance de guerra. Exemplo maior de uma literatura então recém-libertada dos cânones literários soviéticos, Kadaré constrói uma verdadeira alegoria que mostra uma Albânia desconhecida do Ocidente e, na época, até de seus próprios habitantes. Apontado pela crítica como uma das obras mais expressivas do autor, O General do Exército Morto teve uma versão adaptada para o cinema, dirigida por Luciano Tovoli, em 1983. Na produção franco-italiana, são protagonistas os atores Marcelo Mastroianni, Anouk Aimée e Michel Piccoli.