Durante cem dias, entre abril e julho de 1994, um genocídio deixou 800 mil mortos em Ruanda. Quatro anos depois, o escritor senegalês Boubacar Boris Diop viajou ao país da África central para colher informações sobre esse período e escrever um livro. O resultado foi Murambi, o livro das ossadas, traduzido do original em francês por Monica Stahel. Conciso e sem sentimentalismos, o livro é um assombroso relato polifônico que provoca reações como a da escritora norte-americana Toni Morrison, prêmio Nobel de Literatura em 1993: Esse romance é um milagre. Murambi, o livro das ossadas confirma minha convicção de que só a arte pode lidar com as consequências da destruição humana e traduzi-las em significado. Boris Diop, com uma beleza difícil, conseguiu fazer isso. Poderosamente. Cornelius Uvimana, professor de história, filho de mãe tútsi e pai hútu, volta a Ruanda depois de anos trabalhando no Djibouti, nordeste da África. É a primeira vez que retorna ao país natal depois do (...)