A partir de um amplo mapeamento das abordagens de gênero e das semânticas criminológicas feministas, o autor reconstrói cenário complexo das diversas visões acadêmicas sobre a violência contra a mulher. Em seguida, investe na pesquisa sócio-jurídica, com apoio na Teoria das Representações Sociais e na Análise do Discurso do Sujeito Coletivo. O trabalho de campo evidencia dilemas e perplexidades de um pesquisador que, no itinerário do projeto estabelecido, depara-se com as contradições do sistema de justiça criminal em atender às expectativas das vítimas. Ao reconstruir os cenários e percalços das vítimas pelas tramas burocráticas, o estudo desvela as assimetrias e disjuntivas entre modelos normativos, trajetórias organizacionais e expectativas das vítimas.