O avanço acelerado da civilização industrial tem tornado, nas grades cidades, a vida humana cada vez mais insuportável. A industrialização asfixia a natureza. Dentre as vozes que se levantaram, apontando os monstros que o desordenado crescimento engendrava, avultou a de Le Corbusier. Sob sua presidência surgiu em 1942 a ASCORAL (Assembléia de Construtores para uma Renovação Arquitetônica), com a participação de N. Bezard, J. Commelin, Condouin, J. Dayre, H. Dubreuil e outros. Os Três Estabelecimentos Humanos, publicado em Paris em 1943, engobla as conclusões a que chegaram os membros da ASCORAL. A unidade de exploração agrícola, o centro linear industrial e a cidade radiocêntrica de trocas, eis aí os três estabelecimentos, segundo as leis de uma biologia urbanística. É um critério ao mesmo tempo arrojado e científico, postulam soluções singulares e inéditas para o complexo problema de viver na civilização mecanicista de nossos dias. Eles delineiam a cidade do futuro, onde os homens podem morar, trabalhar, cultivar o corpo e o espírito. Ela não esmaga - é amiga. Cria - não destrói. É bela - e também funcional.