Considerar o Norte Fluminense como petrodependente traz a ideia clara e imediata de sua dinâmica socioeconômica estar inseparável das atividades petrolíferas sediadas em porções de seu território, bem como do ingresso dos royalties nos cofres públicos municipais. Os textos reunidos nesta coletânea, contudo, ampliam esta noção mais imediata, ao denunciarem: I) as consequências do atual processo de deslocamento da fronteira de exploração de petróleo em direção à Bacia de Santos; II) o custo de oportunidade de não terem sido, com os abundantes royalties, construídas alternativas à cadeia petrolífera; III) a potencial alternativa de um pólo de desenvolvimento nucleado por um porto multifuncional, acabou sendo subsumida pela lógica das atividades petrolíferas; IV) a cadeia produtiva do petróleo, operada globalmente, necessitava de políticas setoriais mais firmes para internalizar emprego e renda ao nível regional.