Em um mundo marcado pelo relativismo generalizado, em que as verdades vão se evaporando à mercê das exigências de momento, mais do que nunca, é imprescindível que se procurem, na reflexão crítica, respostas que atinjam as regiões mais íntimas a cada ser humano. A convocação dos meios de comunicação de massa e da indústria do lazer para o descompromisso com o pensar sério está produzindo o "homem lixo-cultural", em cujo horizonte nada mais se vislumbra além de uma profunda insatisfação existencial, causada pelo vácuo de idéias. A saída é a "procura amorosa" - própria da filosofia - de uma verdade pela qual valha a pena viver, sem o sacrifício gratuito da subjetividade ou da objetividade. A filosofia não oferece receitas miraculosas, verdades acabadas ou fórmulas mágicas, vendidas nos "balcões dos desesperados". Ela simplesmente convoca o homem a pensar e a desvendar, nas transparências ou nos ocultamentos do ser, o quinhão de verdade que é possível a cada um.