Apesar dos diversos desafios que se apresentam aos professores no seu cotidiano profissional, é possível identificar boas práticas, como a apresentada nesta obra, especialmente se olharmos para o ensino de ciências nos anos iniciais. Quando se possibilita às crianças vivências estimulantes, estamos influenciando uma importante necessidade humana: a de conhecer melhor o mundo do qual fazemos parte. Na medida em que a criança se desenvolve e sistematiza conhecimentos relativos à ciência, vai reconstruindo diferentes noções que provocam mudanças no seu modo de compreender o mundo. Nesse processo, percebem, de forma gradual, as relações causais, desenvolvem suas capacidades associadas à identificação das propriedades dos objetos e seres vivos, além da percepção dos processos de transformação. Nesta fase inicial, a criança encontra-se em um intenso processo de desenvolvimento das suas capacidades intelectuais e um ensino adequadamente organizado contribuirá para a construção de noções muito mais adequadas a respeito dos fenômenos naturais e tecnológicos que fazem parte do seu cotidiano. Crianças são curiosas. Portanto, é pertinente o contato direto com os objetos de estudo e também com diferentes fontes de informação, o manuseio e a observação, a investigação, os registros, procurando-se valorizar o conhecimento que a criança traz de casa, estimulando, sobretudo, as atitudes científicas. Pretende-se promover o interesse emocional e intelectual da criança. Portanto, alguns pontos devem ser considerados nesse processo, como a capacidade de questionamento, além da exploração mais aprofundada dos conhecimentos prévios, gerando inquietação e desejo. Conforme Vigotski já argumentava, todo conhecimento deve ser antecedido de uma sensação de sede.