O universo poético de Mirian de Carvalho se sustenta na sua própria invenção. Isso se patenteia em publicações como ‘Cantos do Visitante’, ‘Teia dos Labirintos’, ‘O Camaleão no Jardim’ e, ainda, ‘Travessias’. Obviamente, esse seu acervo nos conduz a um registro no qual se transfunde, com propriedade, a poesia. Agora, temos o privilégio deste seu novo trabalho, Violinos de barro (Escrituras Editora), no qual observamos a linguagem fantástica constituindo-se no movimento principal da significação e da exposição do encantamento. A arte é agente e substantivo de inventividade, e Mirian de Carvalho tem no imaginário a estrutura que solidifica a sua inventividade. A coesão, ponto natural de partida da invenção, é nítida no seu discurso, na sua fala poética, e encontra-se fundamentada na concepção dos versos, na apropriação singular da palavra desta afinação de violinos. O texto das orelhas de Violinos de barro é do poeta Celso de Alencar.