Nas últimas décadas, a Ciência Política de orientação institucionalista tem contribuído para o conhecimento da realidade da América Latina. Não tardou muito, porém, para que o avanço proporcionado por essa perspectiva acabasse se transformando em uma espécie de explicação monista. A partir de certo momento, parecia que todas as nossas mazelas e esperanças residiam nos defeitos ou nas virtudes de nossas instituições. As regras do jogo dominavam a argumentação e os jogadores estavam condenados a produzir os inevitáveis efeitos esperados pela teoria. Hoje sabemos que instituições rigorosamente semelhantes podem produzir efeitos distintos e que a razão disso reside, entre outras coisas, nas diferenças encontradas entre seus operadores, ou seja, nas elites políticas. O que pensam essas elites, a sua formação, a origem da sua socialização política, enfim, os seus atributos adscritos e adquiridos afetam o funcionamento das instituições.