Discutir a educação indígena no contexto atual, exige tanto das comunidades, quanto dos profissionais da educação, um compromisso social, político e pedagógico. Promovendo o amadurecimento no campo de reflexão sobre as políticas públicas indígenas e suas contribuições para a questão cultural e escolar no processo de desconstrução das chamadas Identidades Colonizadas (cf. GRUZINSK, 2001), colocam-se como temáticas que permeiam o espaço de sociabilidade das comunidades indígenas. Esta obra procura indagar em que medida, tais reflexões articulam-se coletivamente e são convertidas por professores indígenas, em práticas educativas destinadas à desconstrução das subalternidades indígenas kaingangs. Para isso, adotamos como espaço de análise a comunidade indígena Kaingang da Terra Indígena Xapecó, município de Ipuaçu, região oeste do Estado de Santa Catarina, e, como atores de interlocução, o grupo de professores atuantes na Escola Indígena de Educação Básica Cacique Vanhkrê. Uma instituição que tem como principal princípio político-pedagógico formar cidadãos índios capazes de atuar com competência e dignidade, defendendo a sua cultura e ter conhecimento científico, para debater igualmente com qualquer pessoa de qualquer etnia e sociedade. O Problema de pesquisa centrava-se em saber, em que medida os docentes da Escola Indígena de Educação Básica Cacique Vanhkrê, instrumentalizavam as reflexões em torno da crescente politização étnica e a educação intercultural no processo de desconstrução das subalternidades indígenas Kaingangs? Buscou-se na interpretação de um processo alavancado nas reivindicações sociais e históricas, com a luta dos povos indígenas pelo direito de participarem ativamente na elaboração, operacionalização e avaliação do processo educativo.