Nos contos de Vuturuna, Marcos Rodrigues condensa, em poucas linhas, situações que expandem o conhecimento do autor e do leitor sobre o ser humano. Suas narrativas colocam em confronto o tempo do mundo real e o tempo ideal, utópico. Personagens que desejam voltar para a simplicidade das casinhas com pomar e horta ou campo e floresta com suas cores, aves, cascatas e silêncios. Querem largar o inferno do escritório, a vida da tecnologia, a Faria Lima e o carro. Ao longo da obra, a liberação cômica dá ao leitor a sensação, mesmo que temporária, de bem-estar e prazer. Da mistura do triste com o pitoresco resulta a multiplicidade de olhares, que aumenta nossa compreensão do que é estar vivo no século XXI. Num mundo que perdeu o equilíbrio e mergulhou na inquietude e desesperança, esta é uma valiosa estratégia de sobrevivência.