O livro Rabisca e Publica coloca em discussão estratégias de visibilidade social e midiática a partir de práticas de comunicação empreendidas por jovens pretos e favelados. No centro do debate, estão sujeitos do Brasil e dos Estados Unidos, indivíduos que têm em comum a singularidade do corpo performático enquanto instrumento de reivindicação de voz: seja pela dança ou pela palavra falada, muitas vezes ultrapassando, pela mobilização cultural e artística, a geografia de suas cidades. A obra traz a visão da autora sobre os comportamentos e práticas juvenis com o instigante desafio de permitir que os jovens observados mantenham o lugar de protagonistas do trabalho. O texto dinâmico conduz o leitor, a cada capítulo, a compreender a manifestação de indivíduos que percebem e assumem a relação social como uma experiência que passa pela via da sensibilidade, transcendendo interações pessoais e apoiando-se, cada vez mais, no campo das possibilidades advindas da vida digital, a fim de buscar reconhecimento em um contexto de padrões institucionalizados de valoração sociocultural que fazem com que algumas pessoas se tornem invisíveis, simplesmente pelo fato de não responderem a modelos ideais de ser, ter, pertencer, comportar-se. Nessa composição, corpo e novas tecnologias firmam-se como elementos estratégicos na construção e proposição de (auto)representações entre juventudes. Por seu conteúdo sensível e empático aos sujeitos juvenis que emprestam suas vivências às reflexões traçadas, esta leitura contribui imensamente enquanto fonte singular de informação e discernimento a todos que se interessam por histórias de pessoas que, assim como a autora, conseguiram vencer muitos obstáculos criados pelo preconceito e pela ordem estabelecida. Na Academia ou nas comunidades, aqueles que se debruçarem sobre estas páginas serão convidados a abandonar pré-concepções e refletir sobre a pluralidade de juventudes pretas e faveladas. O livro tem apresentação da professora [...]