A história da Vanguarda Paulista é a dum fracasso, da falência de um estilo (de música e de vida) que se pretendeu exterior ao mainstream. Seu desaparecimento ajuda a definir este conceito particular de "vanguarda", não como a ponta de um desenvolvimento da arte, parte de uma tradição da ruptura, mas como impulso para fora da mera reprodução do existente. Ao analisar as condições que proporcionaram a produção musical paulista dos anos 80 e 90, José Adriano Fenerick faz também um trabalho muito útil de reconstituição da modernização conservadora promovida pelo regime militar, sublinhando as implicações deste processo para o funcionamento interno da MPB.