O sábio se propõe refletir sobre o modelo clássico do "bíos téleios", ou seja, da felicidade da vida em sua totalidade, procurando mostrar como o diálogo com os antigos ainda fornece esquemas conceituais "úteis". De modo particular, busca-se mostrar como o confronto com as reflexões éticas de Platão e Aristóteles permite desemaranhar os inúmeros fios que constituem a trama de toda existência humana (tais quais dores, prazeres, a ampla gama de bens e de recursos que a constituem) e identificar alguns nós conceituais relevantes (entre os quais, por exemplo, o de "medida") que constituem a semântica da noção de "eudaimonía". Além disso, o modelo antigo de eudaimonía como eu "práttein", ou seja, como capacidade estratégica de "jogar bem", parece resultar particularmente fecundo, convidando a perguntar-se sobre a modalidade de atuação da vida feliz e sobre a gestão de tudo o que a toda existência se oferece para uma "práxis de felicidade".