As palavras do atual Papa chegaram 45 anos atrasadas. Em 1968, A Igreja Traída, já denunciava a podridão do clero e da Igreja Católica: uma prostituta amante do Estado, de seus interesses, semelhante a uma empresa econômica. Na época com 27 anos, recém ordenado padre e diretor do seminário menor Camiliano Pio XII, em Jaçanã, acreditava piamente numa Igreja Católica pura, honesta e santificada... O que percebi era outra realidade e levou-me a escrever A Igreja Traída. O livro teve ampla repercussão nacional e internacional, com aplausos e severas contestações, por parte da hierarquia eclesiástica. Cito duas: 1º O Frei Boaventura Kloppenburg: A Igreja desse padre não é a nossa, porque a nossa é eterna e se predispõe cada vez mais semear a palavra de Cristo e o amor de Deus, que fez os homens à sua imagem e semelhança. Hoje, 45 anos após respondo: A Igreja que acreditava, realmente, era diferente da tua, Frei. A minha era outra: a da boa nova. A tua, era, é, e continua eterna, pedofilia, empresarial, comercial, desviada da doutrina evangélica e cheia de falcatruas, enganosa, indecorosa etc, apesar da boa vontade de alguns eclesiásticos. Quanto ao homem ser criado à imagem e semelhança de Deus, incongruência bíblica, um equívoco antropológico e um erro histórico, já confirmados pela paleontologia, que explicitarei mais adiante. Entre os apoios, o que mais me tocou, foi o do monge americano Thomas Merton: O futuro revelará a verdade. Parabéns. O futuro veio e a Igreja Católica continua igual ou pior. Uma grande decepção. Em 1968 acreditava pia e ingenuamente que a Igreja mudaria. Pura ilusão. Continua mais falsa, arrogante, contaminada pelo clero leproso, muitos pedófilos, falsos milagreiros, homens-shows, cantores e enganadores do sentido devocional, salvo algumas exceções. O livro teve duas edições esgotadas, rapidamente, e, em vias da 3ª edição, quando algo aconteceu, que até hoje não entendi, e por motivos alheios não busquei explicações. Não vi a 3ª edição e nunca mais tive contato com os donos da Editora Senzala (estava enclausurado no mundo). Quando analisamos a Bíblia e Jesus fora do devocional encontramos muitas contradições. Deixemos isso para outra ocasião, senão acabo escrevendo outro livro, em vez de um depoimento e de uma simples reflexão.