A escrita autobiográfica, na perspectiva da História Cultural, compõe um leque de possibilidades sobre os processos de constituição do si mesmo e justifica como em diferentes lugares e momentos uma determinada realidade é construída, pensada, dada a ler. O início da história dos diários deu-se somente ao final do século XIX e início do século XX, quando veio à tona a história contada a partir de quem mesmo a viveu. O diário, objeto desta obra, apresenta-se como uma representação do mundo social de uma professora, historicamente produzida entre práticas sociais, políticas e discursivas. O entrecruzamento sócio-histórico-psicológico da vida contada dessa professora, confrontado com as representações de um grupo de futuras pedagogas, permitiu que se estabelecessem relações entre docência, memória e gênero para avaliar a permanência do imaginário do que é ser uma professora.