A presente obra articula reflexão teórica e análise histórica a trabalho de campo envolvendo dois países, a Alemanha e o Brasil, de finidos pela existência de modelos (descritivos e normativos) diametralmente opostos de abordagem e de objetivação do multiculturalismo. O modelo característico da Alemanha embasa-se em práticas explícitas e radicais de exclusão, num contexto em que discursos e práticas sublimam a presença histórica e a interação com diferentes integrantes de minorias nacionais desde a segunda metade do século XVII. Os elementos da experiência alemã são recuperados por Arim Soares do Bem através de discursos contemporâneos de jovens alemães ocidentais, orientais e de origem estrangeira na cidade de Berlim antes, durante e após a queda do muro e compõem a primeira parte do livro. O modelo característico do Brasil desdobra-se de longo processo histórico que carrega marcas profundas de um imaginário cristão medieval e patrimonial altamente excludente (Estatuto de Pureza [...]