"A compreensão e a capacidade de dar resposta aos desafios da globalização em curso representam enorme desafio intelectual e político, que somente pode ser enfrentado mediante um pensamento critico renovado. A elaboração deste pensamento deve reconhecer que a globalização não e um fenômeno natural, mas essencialmente social e que, portanto, ela pode ser modelada por meio da ação das instituições democráticas, em todos os seus níveis: o nacional, o regional e o global. "De fato, os resultados do atual processo de globalização respondem a uma agenda incompleta e enviesada, que tem colocado uma ênfase muito maior na liberalização das forças do mercado do que pouco fez para a superação das fortes assimetrias produtivas e tecnológicas, macroeconômicas e financeiras e de mobilidade dos distintos fatores de produção que caracterizam o mundo atual. Embora individualmente os países da nossa região tenham uma influência limitada na configuração da agenda internacional, a qualidade de sua inserção no mundo global depende, em cada caso, da natureza das respostas nacionais e, coletivamente, são capazes de desenvolver mecanismos regionais que melhorem a qualidade dessas respostas e incidam no desenho de uma melhor institucionalidade global."