O que é comprimido hoje? Por que consumimos tantos psicofármacos e cuidamos tanto da saúde hoje? Será que não estamos enfeitiçados pelo imperativo da performance, como também pelas promessas de longevidade e imortalidade? Considerando que a busca por esses ideais nos conduz a realizar uma permanente auto-gestão dos riscos, é preciso perguntar: será que a noção moderna de finitude não vem sendo silenciada em nome do risco e, a partir do imperativo do medo, procuramos nos precaver de nossa vulnerabilidade, buscando ferramentas que confiram emblemas performáticos e fálicos? E tudo isso, está a serviço de quê? Não será da lógica neoliberal que promulga a eficiência, nos convocando a sermos empresários de nós mesmos, como mostrou Foucault? Considerando que os discursos da psiquiatria biológica, das neurociências e da psicologia cognitiva ganharam uma notoriedade significativa no contexto neoliberal, justamente por prometerem oferecer técnicas de driblar os supostos déficits, maximizando a performance dos indivíduos, interrogo: será que a centralidade que eles conferem aos fatores bioquímicos, cerebrais, à mente e ao comportamento não coloca em xeque a noção de sujeito? Por exemplo, o cérebro ganhou um novo estatuto nas últimas décadas e passou a ser concebido como uma espécie de ator social que regula as funções de ser, agir e decidir, o que faz questionar se não estamos diante de um esvaziamento da responsabilidade ética. É nessa conjuntura que a psicanálise passa por uma crise e o livro oferece caminhos para compreender o que levou a ela, bem como formas de contorná-la. Enfim, esta obra aborda diversas problemáticas contemporâneas, tendo em vista a seguinte questão: como os discursos da saúde, da performance e do risco afetam nossa maneira de experienciar o corpo e os afetos, e com isso, em última instância, silenciam a própria figura do sujeito?O que é comprimido hoje? Por que consumimos tantos psicofármacos e cuidamos tanto da saúde hoje? Será que não estamos enfeitiçados pelo imperativo da performance, como também pelas promessas de longevidade e imortalidade? Considerando que a busca por esses ideais nos conduz a realizar uma permanente auto-gestão dos riscos, é preciso perguntar: será que a noção moderna de finitude não vem sendo silenciada em nome do risco e, a partir do imperativo do medo, procuramos nos precaver de nossa vulnerabilidade, buscando ferramentas que confiram emblemas performáticos e fálicos? E tudo isso, está a serviço de quê? Não será da lógica neoliberal que promulga a eficiência, nos convocando a sermos empresários de nós mesmos, como mostrou Foucault?