"A vida do dominicano São Martinho de Lima, na leitura fiel e inteligente de Giuliana Cavallini, é justificada pela modernidade de sua presença junto de Deus e dos homens, que o torna ponto de referência para quem procura - mais ou menos conscientemente - um bem que não tem, um sentido de vida e um fascínio pelo Absoluto. A figura de São Martinho de Lima - humilde, pobre e discriminado pela sua origem - se destaca na cena deste nosso mundo com uma nobreza original e uma grandeza surpreendente. Em uma sociedade não menos problemática que a nossa, simplifica toda dificuldade, supera o mal com uma bondade surpreendente, ama a todos, vive o mandamento da caridade sustentado pelo amor apaixonado a Jesus Crucificado, a Jesus na Eucaristia. Sua posição na sociedade o torna uma voz interessante. Acolhe os humildes e deixa que os grandes se aproximem dele com a certeza de quem tem para dar algo certo, verdadeiro e grande: Deus e o seu amor. Ele busca no Evangelho a visão humana e cristã da fraternidade autêntica. Pregador da justiça entendida como verdadeira e primeira caridade, trabalha, serve, ama como homem justo; em simplicidade e caridade, desempenhando tarefas humildes, abre-se para um apostolado social corajoso e novo, vivendo a lei evangélica da igualdade social, fazendo esquecer qualquer diferença. Homem moderno e livre, inteligente e humilde, Martinho de Lima tem, ainda hoje, muito que dizer a quem procura um sentido para o próprio existir, a quem quer conhecer um homem que vive pobre, na alegria, na presença de Deus que ama."