Nesta obra o Autor não se contenta com duas cidades augustinianas, Jerusalém e Babilônia, e acrescenta uma outra, a cidade propriamente humana que é a entrada histórica e escatológica das duas primeiras. Este aspecto escatológico, freqüentemente esquecido, é aqui privilegiado. É a propósito do conteúdo social da mensagem cristã, desde as origens da Igreja, que a prodigiosa epopéia do cristianismo é invocada nesta obra. Os Padres do Oriente e do Ocidente, a grande escolástica medieval e as encíclicas sociais dos papas contempôraneos contribuíram na constituição do que hoje chamamos de Doutrina Social da Igreja, exposta nesta obra. Esta doutrina não é outra coisa senão a encarnação dos valores evangélicos. O cristianismo não é somente uma encarnação, ele é também uma transfiguração e aquilo que os papas denominam (e hoje conhecemos pelo título) de Civilização do Amor. A Civilização do Amor não é uma utopia, mas um ideal histórico cristão, cuja realização progressiva está nas mãos dos cristãos, dependendo, portanto, deles, de seus interesse e empenho em colocá-la em prática. O Ensino Social Cristão é novamente uma atualidade na Europa Ocidental, após ter vivido um declínio atribuível particularmente à ausência da dimensão propriamente espiritual. A Doutrina Social da Igreja não é um programa, nem uma terceira via, é uma orientação ideal, cujo realismo tem, na sua inspiração vitalmente evangélica e no Evangelho, a pessoa do próprio Cristo.