Novo livro de Linda Boström Knausgård explora silêncio familiar De uma hora para outra, Ellen decide parar de falar. Não sabemos ao certo o motivo que a levou a se calar indefinidamente. Talvez tenha sido a culpa por ter pedido a Deus a morte do pai, morto pouco tempo depois. Um pai ameaçador e abusivo, cuja presença aterrorizante, no entanto, parecia ser o único elemento que mantinha a mãe, o irmão e a narradora unidos. Uma família não tão radiante quanto insiste em afirmar a mãe, atriz de personalidade magnética e controladora. Talvez seja o fato de não encontrar correspondência entre o mundo exterior e o interior: Antigamente eu dizia coisas que não conferiam. Dizia que o sol estava brilhando quando de fato chovia. Que o mingau de aveia era verde como um gramado e tinha gosto de terra. Apenas no silêncio e na introspecção da escrita Ellen se sente livre e capaz de vislumbrar algum sentido para o mundo e para a própria existência. O silêncio não faz diferença alguma [...]