Certos filmes exercem um fascínio único em certas pessoas. Durante as comemorações do centenário do cinema, não foram poucos os que declararam terem tido o rumo da vida transformado por causa de um filme. Salman Rushdie foi um deles. Aos dez anos ele assistiu a O mágico de Oz no cine Metro de Bombaim e inspirou-se para escrever sua primeira história, que ganhou o singelo título de Over the rainbow. Esta primeira influência “literária” ainda ecoaria em outros livros de Rushdie como Horoun and the Sea of Stories. O mágico, uma produção de 1939 assinada por Victor Fleming, foi a segunda adaptação do livro The Wonderful Wizard of Oz, escrito por L. Frank Baum em 1900. Ela entrou no imaginário coletivo de todos nós pelos seus personagens, cenários, simbolismos e, principalmente, por Judy Garland cantando Over the rainbow. Nesse ensaio, Rushdie faz uma leitura sensível, principalmente quando consideramos que há muito tempo o relacionamento do autor com o “lar” se tornou, como ele mesmo escreve, mais problemático.