As autoras trazem o olhar externo do discente universitário que revela a estética do espaço escolar a partir de suas narrativas na prática do estágio supervisionado. (...) Observação? Participação? Regência? As autoras tratam destas questões no âmbito da legislação para observar, nas narrativas, a ética e a estética da escola e essa é a novidade do texto. Aprendiz do fazer docente, o estagiário não é um ser passivo no espaço escolar. (...) Ao modo freireano, enquanto aprende, também ensina. O olhar atento para a experiência estética que ocorre no ambiente formativo da escola flagra signos e rituais cotidianos e provoca a reflexão sobre a vivência pedagógica. O olhar externo que vê a escola por dentro desvela as relações de poder, a luta por hegemonia curricular e a resistência a esse poder, além de lutas e disputas políticas em favor das conquistas profissionais da categoria docente. Outro tema interessante que surge das narrativas é a violência simbólica no interior da escola e a dificuldade de se lidar com situações concretas de violência. Misturam-se nesses momentos concepções conservadoras e avançadas em educação e, muitas vezes, revela o despreparo dos gestores e docentes para lidar com situações de conflito e mesmo em situações pedagógicas que exigem aprofundamento, debate e tomada de decisão para além da ação do professor em sala de aula. (...) a estética não é algo abstrato. As narrativas mostram que esta se manifesta concretamente nas relações entre as pessoas e o ambiente físico do espaço escolar.