Este livro foi um presente que me veio às mãos sem que eu soubesse, quisesse ou pedisse. Ele me foi dado por uma criança de apenas 8 anos com quem tive a felicidade de conviver, de ser amigo de verdade, de participar dos seus segredos, das suas traquinices, da convivência com os animais e de perceber a agudeza da sua percepção acoplada a um senso crítico que não era próprio da sua idade. Por isso, ele era um líder nato. A minha alma de autor regozija - se e se comove lendo e relendo os originais e às vezes surpeendo - me com lágrimas nos olhos. Aquela criança, nascida fora do seu tempo, afável e sem perspectiva de uma vida melhor, tinha noção disso e por isso se recolhia - se aos seus sonhos. Toda noite, conversava com as estrelas e com elas trocava confidências. A incompreensão dos adultos o aborrecia muito, mas ele nada fal ava. Nem lhe seria permitido falar. Mas não era um menino triste. Tinha uma avó que o paparicava e a quem amava muito. [...]