Por trás de uma vida confortável, sem sobressaltos, Denise esconde uma tristeza aparentemente sem sentido. A dor silenciosa a leva a tentar apagar a própria existência embora falte coragem para levar o ato até o fim. Um dia, ao arrumar gavetas, Denise encontra um caderno que a faz rever, como num filme, imagens e emoções daquela época: o dia a dia antes e depois da separação dos pais, o vazio e a solidão da mãe, a relação com as amiguinhas da escola e do prédio, com o irmão, com pai. Por entre desenhos do Snoopy e músicas dos Menudos, o caderno revela a violência sutil de um mundo de diferenças sociais e econômicas, de vazios e afetos reprimidos. Um mundo regulado por leis invisíveis, porém rígidas e incompreensíveis demais aos olhos infantis.