Na década de 1590, emobra já fosse considerada uma forma ultrapassada, o Soneto ainda estava em voga entre os poetas da corte e gerava certo fascínio entre os estudantes de Direito. E os poetas que cultuavam o Soneto tinham por hábito insinuar que os mesmos continham segredos íntimos ou obscuros em seus versos. Shakespeare, embora tivesse consciência da decadência do Soneto e que este fosse frequentemente usado em brincadeiras e joguinhos enigmáticos, escreveu os seus, ao que tudo indica, para serem lidos por seus poucos e íntimos amigos, com quem tinha a liberdade de exercitar-se em um tipo de escrita que não fosse a do teatro, onde havia pouca liberdade quanto ao tempo que se gastava para produzir uma nova peça e a pressão era uma constante.