"Sangue, ossos e terras" traz a criativa hipótese de que compreender a ocupação do território da América pelos portugueses pressupõe estudar um grupo de pessoas que raramente leva-se em conta nas pesquisas: os mortos.O livro trata os mortos com a mesma deferência que a sociedade dos séculos XVI e XVII lhes dedicava. Muito diferente dos nossos defuntos atuais, sujos, segregados e ocultados, naquele tempo eles eram considerados quase como um extrato da sociedade, com o qual os vivos lidavam cotidianamente, negociavam, pediam, ofereciam, temiam. Assim, o livro define a integração entre o religioso e o social como porta de entrada para a compreensão daquele mundo, onde não havia dúvida de que a força maior de construção da realidade era a providência divina. Deus comandava e controlava todas as coisas, tudo estava em suas mãos. A vida material era, portanto, a revelação de uma dimensão espiritual, sem qualquer questionamento.Ao olhar o território da América Portuguesa sob a perspectiva da morte e dos mortos, Renato Cymbalista inscreve-se de forma original tanto no debate sobre a cidade colonial como na discussão mais ampla sobre os ainda obscuros dois primeiros séculos de colonização. Faz isso com um olho no passado e outro no presente, sem perder a dimensão propositiva que traz de sua formação de arquiteto e urbanista.Sangue, Ossos e Terras traz a hipotese de que compreender a ocupacao do territorio da America pelos portugueses pressupoe estudar um grupo de pessoas que raramente leva-se em conta nas pesquisas os mortos. O livro trata os mortos com a mesma deferencia que a sociedade dos seculos XVI e XVII lhes dedicava. Muito diferente dos defuntos contemporaneos , sujos, segregados e ocultados, naquele tempo eles eram considerados quase como um extrato da sociedade, com o qual os vivos lidavam cotidianamente, negociavam, pediam, ofereciam, temiam. Assim, o livro procura definir a integracao entre o religioso e o social como porta de entrada para a compreensao daquele mundo, onde nao havia duvida de que a forca maior de construcao da realidade era a providencia divina.