Na série de textos escritos em 1905 para O Correio da Manhã, o autor nos oferece uma narrativa que quase beira o cômico. Conta a descoberta de galerias subterrâneas embaixo do convento jesuíta que havia no alto do Morro do Castelo. À medida que as obras avançavam, homens trabalhavam nas escavações, sedentos por encontrar riquezas escondidas. Os textos ganhavam contornos de ficção, explorando a lenda urbana sobre um tesouro que teria sido enterrado pelos jesuítas sob o morro. Ao mesmo tempo, descobria uma história de amor entre uma aristocrata, seu amante jesuíta e um francês. Lima Barreto, fingindo encontrar um manuscrito do século XVIII que explicava os mistérios das galerias, inseriu no fato jornalístico uma ficção que começou a ser publicada em forma de folhetim. A destruição do morro converteu-se num símbolo ininterrupto que se renova a cada transformação urbana; apaga-se o passado, remodela- se o futuro.