Rodrigo Bittencourt animava noites de saraus pós-modernos no palco do teatro Laura Alvim, no Rio de Janeiro. Por lá passavam poetas, escritores, artistas plásticos, músicos e cineastas, gente de todos os horizontes da cultura e da arte brasileira. Lá, misturavam-se alhos com bugalhos sem nenhuma cerimônia, esses artistas e intelectuais acabavam se desnudando (atenção, apenas espiritualmente!) diante de seu jovem público e, como conseqüência, inventavam caminhos novos e originais para quem estava no palco e para quem estava na platéia. Apareci por lá, com muito prazer e deleite pessoal, e sei que era assim. E é um pouco assim também que Rodrigo constrói "Esmalte vermelho", esse seu surpreendente romance, um patchwork da vida moderna retratada com gosto numa literatura urbana da hora. Uma coisa que tanta falta faz no Brasil de heróis literários melancólicos ou épicos, extremos de uma mesma negação da vida de cada um. Ruan e Paulo Bernardes são personagens literariamente muito bem estruturados, mas deixados viver sem a prisão domiciliar dos interesses exclusivos de quem escreve. Eles se movimentam em meio à vida contemporânea, com o fascínio e a dor que estão contidos nela. E no centro desse redemoinho, estão as mulheres. Não a mulher do mito romantizado, mas a mulher plural que pode ser tanta coisa e em torno da qual a civilização ocidental se organiza do ponto de vista dos sentimentos de todos os sexos. "Esmalte vermelho" é o primeiro romance de um jovem autor que nos revela que estamos vivos e que vale à pena viver a vida. Apesar de todos os perigos que estão nela contidos.Filosofia, futebol, música popular brasileira, poesia, sexo e transexualidade são alguns temas que movem a trama de "Esmalte Vermelho" romance de Rodrigo Bittencourt. A linguagem é coloquial, bem ritmada, flexível, adequa-se perfeitamente à geografia desta obra: campos de várzea, praias, subúrbios cariocas são alguns cenários onde se encontram Paulo Bernardes e Ruan, narrador e protagonista de "Esmalte Vermelho", respectivamente. Ruan, carioca de Bangu, sente fascínio pelas mulheres, sobretudo pelas unhas dos pés quando pintadas de vermelho. Paulo Bernardes, escritor, busca registrar a vida de Ruan, que interfere na obra e provoca brigas, debates, discussões, tudo sob um ritmo vigoroso que corresponde à desenfreada procura de Paulo e Ruan: o encontro consigo mesmos.Filosofia, futebol, música popular brasileira, poesia, sexo e transexualidade são alguns temas que movem a trama de "Esmalte Vermelho" romance de Rodrigo Bittencourt. A linguagem é coloquial, bem ritmada, flexível, adequa-se perfeitamente à geografia desta obra: campos de várzea, praias, subúrbios cariocas são alguns cenários onde se encontram Paulo Bernardes e Ruan, narrador e protagonista de "Esmalte Vermelho", respectivamente. Ruan, carioca de Bangu, sente fascínio pelas mulheres, sobretudo pelas unhas dos pés quando pintadas de vermelho. Paulo Bernardes, escritor, busca registrar a vida de Ruan, que interfere na obra e provoca brigas, debates, discussões, tudo sob um ritmo vigoroso que corresponde à desenfreada procura de Paulo e Ruan: o encontro consigo mesmos.