Robespierre se entregou, como ninguém, à Revolução e encarnou, como ninguém, seu espírito. A salvação da República era sua lei suprema, em nome da qual não hesitou em implantar o Terror. Foi o único dirigente que permaneceu do início ao fim à frente do vertiginoso processo de mudanças. Tomou posse como deputado aos Estados Gerais em 5 de maio de 1789 e foi executado em 28 de julho (10 Termidor) de 1794, sem julgamento formal. Sua morte foi a morte da Revolução. Desde então, seu nome tem sido rodeado pela lenda. Restauradores e conservadores, a história oficial, inúmeros livros e a Igreja apresentaram dele um retrato medonho. Mas a fascinação que despertara nunca desapareceu. Quem foi esse homem cuja obra se confunde com sua própria ação? Para responder, temos agora esse volume de discursos e relatórios preparados por ele no calor dos acontecimentos. Reunidos, eles testemunham as vicissitudes de uma Revolução autêntica e, ao mesmo tempo, constituem um surpreendente corpo doutrinário, representativo do pensamento original dos revolucionários de 1789.