O uso do termo consciência, recebido por empréstimo do latim conscientia (literalmente: saber em comum) pertenceu durante muito tempo, de maneira exclusiva, ao campo da ética. A genealogia desse uso remete, aliás, à história dos costumes. Como uma espécie de testemunha interior dos atos realizados pela própria pessoa, que atesta suas verdadeiras intenções, e as julga, essa consciência, embora procurada no mais íntimo de nós mesmos, evoca um conhecimento suscetível de ser compartilhado com os outros. A noção de consciência, seja qual for o termo que a signifique, parece precisamente implicar a exigência de uma avaliação de si mesmo que pode ser compartilhada por outros.