O livro O perfil da poesia de Nauro Machado no cenário da literatura maranhense lança um olhar sobre o fazer poético do autor, vendo-o como produtor de uma poesia que apresenta um tom de lamentação da vida e da própria dissolução do eu no Nada. Daí se observa uma leitura da poesia de Sartre quando revela seu posicionamento a respeito das etapas da vida, revelando o ser em seu meio existencial como elemento perceptível da essência do ser. Esse embate se observa na poesia de Nauro já no seu primeiro livro de poesia, intitulado Campo sem base, de 1958, em seu poema de abertura, Parto, em que se observa uma verdadeira reflexão sobre a consciência do poeta frente aos caminhos que iria trilhar na sua longa jornada de poeta. Tal consciência leva o poeta a saber as vértices dilaceradas do poema. Expõe sua necessidade de juntar linhas de forças, para promover a verdade das coisas, isto é, a essência do ser. Eis a marca da sua poesia, a marca da historicidade. Do passado, com a tradição [...]