O ser humano passa grande parte de sua vida oferecendo-se - servidão voluntária - buscando alguém que o reconheça, que tome conta. Quando este ponto de equilíbrio não existe ou mal se equilibra, surge a ocasião para colocar no lugar dele, algo que faça essa função, que dê conta. Pode ser uma droga. Ocorre que a droga não só da conta como pode tomar conta do sujeito em questão, literalmente. Sem intermediação humana, sem troca de palavras, até acabar tanto com a humanidade, quanto com as palavras. Na falta delas ou no vazio produzido pela falta, alguns só conseguem colocar um objeto. E então tudo se fecha.