Fazer dicionários é, sobretudo, um trabalho de pesquisa, de estudos comparativos e, finalmente, de compilação. E este dicionário, que aqui apresentamos, não pretendeu ser original, e foi feito à moda dos modelos já existentes e que são, geralmente, acitos como estruturas corretas do modo de se fazer dicionários. Contudo, quando o idealizamos, preocupou-nos atender a certos tipos específicos de leitores e pesquisadores, ou seja, nosso trabalho teve como foco atender aos escritores (poetas, prosadores, ensaístas, dramaturgos, etc.) em fase de experimentação técnica, ou em busca de novas formas de atuação e experimentação formal, que constitui a base e a oficina literária, onde o artífice da literatura exercita , incorpora e desvenda o manejo da língua e do seu universo literário pessoal. Também procuramos atender aos estudantes e leitores de literatura de um modo geral, que desejam iniciar-se nos conhecimentos da arte literária e da teoria da literatura, com o objetivo de melhorar a compreensão do texto literário, ou desvendar os conteúdos formais e o manejo desses conteúdos de que se valem os escritores. Pequeno como é, de fato, este dicionário também não substitui a companhia de uma boa história da literatura nem de manuais de versificação e estilo, e muito menos substitui a leitura dos textos antigos e clássicos que, em sua grande maioria, constituem a base sobre a qual se deu o estabelecimento estético e a organização formal da literatura e suas técnicas.Ler, e o quanto mais e variado for possível, é essencial, tanto para aquele que busca o prazer do texto quanto daquele que estuda, ou ainda para o que deseja tornar-se artífice da literatura. Deste modo, procuramos incluir nos verbetes os nomes dos autores e das obras que podem ser tomados como referência, e deixamos aos leitores o prazer de desvendar esses conteúdos. João José de de Melo Franco