Em Minhas certezas erradas, José Pedro pode comentar um filme, um acontecimento da política, um jogo de futebol ou as peculiaridades do nariz de Gisele Bündchen, mas sempre o faz com um olhar cuidadoso, que foge ao senso comum. Quando afirma em O homem, a justiça e a trepanação que Dogville, filme de Lars von Trier, é chatonildo, ou em Amém que a tese do diretor Costa-Gavras é fraca, ele procura ir além do comentário casual. Sobre a última produção, por exemplo, relaciona o filme com o fato de o Vaticano ainda condenar o uso de preservativos. Em Amor e ódio por Porto Alegre, novamente o cronista não se detém em apenas louvar ou execrar a cidade; mostra, isso sim, por que a capital é um bom lugar para se morar, mas sem esconder as deficiências da cidade.