A pesquisa de Maria Gorete Marques de Jesus mostra que verdade é o que a polícia enuncia como verdade. Não é preciso apresentar provas periciais sofisticadas, nem outras testemunhas além dos próprios policiais que fizerem a prisão em flagrante. Também não é necessário apresentar versões detalhadas e consistentes da operação de flagrante, nem dar evidências do envolvimento prévio do acusado na atividade de comércio de drogas. Um breve texto formal, garantindo o uso de determinadas palavras ou expressões, sem necessidade de demonstrar a correspondência do escrito com algum acontecimento, é suficiente para validar aquela narrativa com uma versão confiável sobre os fatos do mundo.