Valdemir Klamt integra o grupo de representantes da novíssima poesia brasileira. Herdeiro da ruína pós-modernista, busca sua Phoenix no território entre a sensibilidade cultivada e a lavoura multiforme das transfigurações culturais. Transita serenamente nos códigos das inquietações humanas, principalmente as relativas à solidão, ao amor e às estranhezas do próprio corpo. Para o desempenho literário, recorre aos expedientes, não da retórica, mas daquilo que impregne o signo de erotismo e de surpresa. O título do livro já indica a postura visceral por uma poética de indagações. Mais do que uma incursão kafkiana, esta imagem nos encaminha, pouco a pouco, para uma compreensão inusitada dos avessos da existência. As imagens, ao contrário de se perderem nos labirintos da insignificância, vão descerrando os anéis que os unem, ou os separam, nas entrelinhas da vida (e da morte).